Guimarães Rosa, em seu magistral Grande Sertão:Veredas, deu-nos um recado (dentre inúmeros!) que considero essencial: "O mundo é mágico. As pessoas não morrem, ficam encantadas." Hoje, um dia antes de completarmos os 26 anos da ausência física de Elis Regina Carvalho da Costa entre nós, esta frase torna-se ainda mais verídica: Elis encantou-se e deixou-nos como legado uma gama de canções inesquecíveis, além de uma extrema saudade, avivada a cada audição.
Nunca entendi a morte de Elis e a estupidez como esta se deu. Há quem julgue ter ocorrido naquela noite uma assassinato, o que seria mais confortável do que "a verdade" convencionalmente estabelecida: perdemos Elis por remédios, cocaína e álcool. Perdemos Elis para a fragilidade da vida. A mesma Elis que nos ajuda a ser forte, que nos motiva a ir a luta, que canta a nossa vida.... perdeu-se em seus mistérios, nas lacunas de suas dores.
Elis se foi... mas não nos deixou. Seu lugar (INSUBSTITUÍVEL !!!), permanece intacto nos nossos corações e assim sempre será: enquanto a música houver, Elis reinará ! Dona de uma personalidade forte, há muitas opiniões a respeito de quem, de fato, foi Elis Regina. Como toda a opinião, por mais sincera que seja, é tendenciosa, prefiro procurar Elis em suas músicas: e nelas "Essa Mulher" se mostra de forma cada vez mais exuberante. Por isso encerro este texto com uma homenagem, a que (a meu ver) é a mais bela: um legado seu (sua filha) canta a música que mais lhe descreve.
Elis, Elis ... que tua (des) presença seja eterna e que mais pessoas possam dispor de tua voz e de toda a dose de emoção que nela coloca (va) s.
Depois de ti, nada foi (nem será) como antes.