segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O que (não) cabe numa mala?

Viajar sempre me trouxe a ótima sensação de poder analisar minha vida de um ponto de vista diferente. Como se, saindo da minha rotina, eu conseguisse enxergar as coisas sob um ângulo que, dentro do contexto do dia-a-dia, me era inexistente. Sabem aqueles enfeites onde algum motivo (época de Natal vê-se muito) é colocado dentro de uma bola de cristal e cada vez que a movimentamos, uma chuva de brilhos surge do 'nada' e fica ali, dançando diante dos nossos olhos até que se faça necessário outro movimento e mais outro e mais outro? Então, é esta a sensação: minha vida vira o motivo dentro da bola de cristal, as situações são os movimentos em busca do brilho mesmo que, enfim e infelizmente, nem sempre haja brilho.

Daqui dois dias, vou para o Rio Grande do Sul. O destino das minhas primeiras férias é o local que sempre foi minha casa e minha casa é, agora, um local que há bem pouco tempo atrás eu jamais pensaria que fosse. As pessoas com quem eu passava a maior parte dos meu dias são os amigos queridos que eu quero muito rever e pessoas que eu jamais imaginei que fossem fazer parte da minha vida são as companhias das quais sentirei falta neste um mês '0ff-life'. Experiências novas, sensações antes completamente desconhecidas, pessoas e culturas e cidades diferentes, medo (muito medo), saudade (muiiiita saudade): conseguirei pôr tudo isso na mala ?

Pois, sim, não quero perder nada disso. Não quero perder a noção do quão delicado é construir-se diariamente, do quão necessário é extrair a poesia da vida-não-poética, do quanto precisei aprender a me bastar - minuto a minuto - prá não cair nas armadilhas da tristeza que, confesso, muitas vezes foram construídas por mim. 2009 não foi fácil, mas também não foi difícil: ao contrário de 2008, ganhei bem mais do que perdi. Ganhei conselhos, ganhei carinho, ganhei cuidado e, o melhor de tudo, ganhei a noção de que sim, a vida é renovável ! E é só ela, V-I-D-A em letras garrafais, que levarei - soberana - em minha mala. E sem medo das taxas do cheking pois ela, apesar das letras garrafais, está e cuidará de ser sempre, mas S-E-M-P-R-E, leve. "Leve na lembrança" e, por maior que sejam seus fardos, leve na essência.


Com leveza,

Gabi

domingo, 20 de dezembro de 2009

Antes que as teias de aranha tomem conta do espaço ...

... resolvi colocá-lo em funcionamento novamente. É estranho, parece que a Gabriela que criou o blog e nele postou até determinada época de 2008 não é a mesma Gabriela que agora escreve. É claro que, por mais de o Dr. House afirme o contrário, as pessoas mudam... e eu mudei. De cidade, de estado, de área de atuação na profissão, de estado de espírito, de conceitos, de idade, de perspectivas. A essência ficou mas, as vezes, ela se perde. E é na intenção de captá-la que volto a escrever. Mais uma vez, confio às palavras o dom de (me) guardar da fugacidade da vida que, descobri, é o que de mais forte há.


Antes do ponto final, uma das maiores emoções musicais que senti neste ano: Maria Bethânia Teles Veloso.

http://www.youtube.com/watch?v=0IOb6JjJwnw