sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pensar como mãe

Trabalhar desde cedo com crianças me fez chegar a uma conclusão: parir é um mero detalhe do ato de ser mãe pois passa a ser a mãe a mulher - e apenas aquela, na minha opinião, que pensa como tal e, neste pensar, cuida, doa, abdica e, acima de tudo e todos, ama.

Sou absolutamente apaixonada por crianças. Ainda não mãe, sou tia de vários por profissão e de mais uns tantos por amor e destino pois estou cercada de amigas-mãe. A elas e, ÓBÊVÊÔ, a minha mãe, vai o post de hoje que, originalmente, foi feito para duas colegas da escola, Andreza e Lucila, grandes mães e amigas que encontrei em solo campineiro.



Talvez mais do que ninguém, sabemos que ser mãe está muito além do ato biológico que possibilita a transformação de uma mulher em responsável pela vida de uma outra pessoa. Ser mãe implica cuidar, mudar, ter paciência, abdicar mas, acima de tudo, PENSAR. Pensar como mãe.
Quem pensa como mãe tem mais medo porque, além de sua vida, tem em conta a vida dos seus filhos e a vida dos filhos de outras pessoas que, “por passe de mágica”, passaram a importar e serem vistos com outros olhos: olhos de quem é mãe.
Quem pensa como mãe, apesar das noites em claro, dá mais valor aos dias que passam pois veem ou viram no cada centímetro a mais do seu filho que o tempo não voltará e que a vida é isso mesmo que estamos vendo... agora.
Quem pensa como mãe tem das alegrias mais femininas – mesmo que não tenha tempo de pintar a unha – que é a de ter colocado uma pessoa no mundo em nome do amor, forma motriz desta nossa vida.
Quem pensa como mãe é, enfim, mais humano. Humano no sentido de sentir o outro, de amar pelo outro, de se doar e de perceber que, sozinhos, dificilmente conseguimos alcançar nossos objetivos.


Feliz Dia das Mães !


















sábado, 6 de fevereiro de 2010

Das coisas simples

Não sei. Diretamente do alto da minha imensa ignorância eu não sei dar o porquê mas antes as coisas, incluso a felicidade, eram mais fáceis. Ser feliz era mais fácil, ser amiga era mais fácil, ser filha, irmã e tudo o mais. Tudo o mais era mais fácil ou, que seja, era menos complicado pelas nossas cabeças ou, mais especificamente falando, pela minha boicotadora cabeça. E daí eu (e ela) pensamos: o que foi que mudou?

O tempo, evidentemente, passou e isso, mais evidentemente ainda, muda uma porção de coisas, principalmente a perspectiva com a qual analisamos as coisas que acontecem ao nosso redor. Talvez tenhamos perdido a ingenuidade, talvez nossa esperança tenha sido afetada por aquilo que achamos que é maturidade, talvez estejamos descrentes ou talvez o culpado seja o próprio talvez, íntimo conhecido de quem cai na asneira de pensar demais.

Não sei, mas as vezes queria ser mais simples. Gostar do que todo mundo gosta, viver o que todo mundo um dia viveu, se dar mal como quase todo mundo já se deu. Ao mesmo tempo, gosto de ser como eu sou, de pensar o que eu penso e ter feito o que já fiz mas, é fato: algo me falta. E eu sei. Sei que não tenho a mínima idéia do que seja esse algo e, assustada, não sei se um dia saberei ou terei.

Das coisas simples ? Queria ter todas e, se possível, me transformar em uma delas.